Gestão de Frotas: 5 desperdícios que reduzem a sua lucratividade

Nesse artigo, confira os 5 principais desperdícios de dinheiro que existem no transporte rodoviário de cargas e como fazer para reduzi-los!
01/12/2020
7 min de leitura
Gestão de Frotas: 5 desperdícios que reduzem a sua lucratividade

O gestor de frotas está na busca constante pela redução de desperdícios e custos em sua operação. Ele sabe que pequenas melhorias, pequenos desperdícios eliminados, quando somados resultam em grande resultado para a empresa e aumento da sua lucratividade.

Numa operação complexa, envolvendo diversos processos, atores, insumos e equipamentos como a operação de transporte os desperdícios podem estar em vários locais e muitas vezes o gestor não consegue se atentar para todos eles.

De acordo com a Fundação Dom Cabral, os custos logísticos nas empresas, em 2018, consumiram cerca de 12,37% da sua receita bruta, o que representou um aumento de 7,4% com relação ao ano anterior. Esse aumento, por sua vez, corresponde a um custo adicional de R$ 15,5 bilhões com logística.

Nesse cenário, vemos que é fundamental focar na redução de custos logísticos para conseguir aumentar a lucratividade da sua empresa.

Nesse artigo irei apresentar os 5 principais desperdícios de dinheiro que existem no transporte rodoviário de cargas e como fazer para reduzi-los.

1. OCIOSIDADE E TEMPO DESPERDIÇADO

Todos nós sabemos a máxima de que tempo é dinheiro e na logística isso não é diferente. Cada minuto desperdiçado significa custos adionais que poderia ser evitados. Alguns dos principais fatores de ociosidade são:

– Espera para carga e descarga: enquanto o veículo e o motorista esperam para o veículo ser carregado a empresa tem um custo de horas de trabalho do motorista que não estão sendo devidamente utilizadas. Em muitos casos o motorista precisa fazer hora extra para conseguir chegar ao destino final no prazo acordado por que houve uma grande demora no processo de carregamento do caminhão.

Além disso muitas vezes o motorista chega no cliente para realizar a entrega e descarga mas esse não pode atendê-lo gerando mais espera e ociosidade que resulta em horas extras do motorista.

– Ociosidade do motor: muitas vezes enquanto espera para ser atendido em um cliente para a realização da descarga ou mesmo durante o processo de descarga o motorista mantém o carro ligado com o ar condicionado. Isso resulta diretamente no desperdício de combustível. De acordo com o Guia TRC a cada 1 hora com o motor parado e ligado são desperdiçados 2 litros de combustível.

– Pedido faturado errado, entrega fora da janela de atendimento do cliente, falta de documentação no momento da entrega: Esses itens apresentados geram desperdício de tempo e combustível. Muitas vezes o pedido é faturado errado e quando o motorista chega para realizar a entrega não era aquele o produto que deveria ser entregue ao cliente. Em outros casos o motorista chega no cliente fora do horário em que ele pode receber a mercadoria ou com documentação incompleta.

Tudo isso faz com que a mercadoria seja rejeitada pelo cliente e a viagem do motorista seja desperdiçada, sendo necessário ir futuramente, mais uma vez naquele cliente realizar a entrega.

Isso significa desperdício de horas de trabalho do motorista, combustível do veículo e manutenção.

Como reduzir esse desperdício: Reduzir esses desperdícios passa pela organização dos processos de separação de carga, organização de estoque, lançamento de pedidos, faturamento, disciplina em monitorar o estoque e pedido que foi carregado. Além disso, é importante ter uma equipe que organize as rotas de entrega considerando as janelas de atendimento do cliente, o tempo de descarga, trânsito e outros fatores que garantam a chegada no horário correto.

2. OCUPAÇÃO VEICULAR INEFICIENTE

Viajar com pouca carga ou carga excessiva é um problema que deve ser monitorado.

Muitas vezes, por falta de organização de rotas ou até mesmo falta de organização no carregamento do caminhão os veículos realizam rotas com uma ocupação inferior ao sua ocupação ideal, isso vai resultar no aumento do custo por entrega pois o custo não será diluído em um grande volume de entregas.

Isso pode estar acontecendo por dois motivos:

  • A rota não está sendo planejada adequadamente de modo que para cumprir as restrições de prazo de entrega para determinados clientes o veículo tem que sair com poucas entregas.
  • Não está sendo feita uma organização devida da carga no veículo, com caixas fora de dimensão ou peso.

Como reduzir esse desperdício: Para reduzir esse problema você pode utilizar sistemas de roteirização que permitem inserir parâmetros como carga máxima e cubagem máxima do veículo de modo que no momento de otimizar a rota de entrega, já considerando o tempo de jornada do motorista e a janela de atendimento do cliente, ele vai considerar também a otimização da carga.

Outra possibilidade é a de uso de sistema de organização de carga no veículo, que vão otimizar o uso do espaço interno com base nas dimensões e peso das caixas transportadas.

3. FALTA DE ROTEIRIZAÇÃO E MONITORAMENTO OPERACIONAL

A criação de rotas não otimizadas faz com que muitas vezes o número de viagens realizadas seja maior do que o necessário, aumenta a quilometragem percorrida pelos veículos, resultando em maior desgaste de peças, custos de manutenção, combustível e até mesmo hora extra dos motoristas.

Além disso, rotas mal elaboradas podem causar atrasos nas entregas e demoram muito mais para serem feitas.

Assim, deixar a rota na mão do motorista e sua experiência é um grande erro.

Como reduzir esse desperdício: Utilize uma ferramenta de roteirização de viagens. Essas ferramentas possuem algoritmos que calculam a melhor rota de modo que você percorra a menor distância possível para a realização da viagem já considerando horários de entrega e capacidade dos veículos. Com isso, você irá evitar atrasos, reduzirá quilometragem percorrida, desgaste de peças, combustível e também ganhará tempo dos seus funcionários que ficam elaborando rotas manualmente.

É importante também utilizar um sistema de rastreamento veicular para acompanhar em tempo real a execução da rota, verificar a necessidade de atualizá-la e verificar se o motorista está cumprindo com o que foi planejado corretamente.

4. MODO DE CONDUÇÃO DOS MOTORISTAS

O modo de condução dos motoristas tem impacto direto nos custos de manutenção, combustível, depreciação e disponibilidade dos veículos. Além dos custos eventuais com multas e acidentes.

Sabemos que quando um motorista dirige de modo mais agressivo, acelerando e freando bruscamente, fora do RPM e da velocidade ideal o veículo sofre maior desgaste de peças e aumenta o consumo de combustível.

Apresento agora alguns dados que justificam esse impacto do modo de condução do motorista no consumo de combustível:

  • De acordo com o guia do TRC a velocidade ideal para um caminhão está entre 80 km/h e 88km/h, sendo que cada 1 km/h acima dessa velocidade aumenta em 1% o consumo de combustível. Ou seja, a 100 km/h o seu veículo estará consumindo 12% a mais de combustível do que o correto;
  • A Petrobras diz que no caso de veículos leves o consumo de combustível pode ser 30% maior em um trecho quando ele é percorrido em alta velocidade;
  • Um caminhão parado com motor ligado consome cerca de 2 litros de combustível por hora.
  • Uso do veículo no RPM adequado pode reduzir até 20% o consumo;
  • Acelerações e frenagens bruscas frequentes podem aumentar em até 40% o consumo de combustível.

Como reduzir esse desperdício: o desperdício de recursos devido ao modo indevido de condução do motorista é evitado através da criação de uma cultura de condução econômica dentro da sua empresa.

De acordo com a Scania a condução econômica “é o ato de conduzir o veículo da maneira mais eficiente de acordo com o trajeto a ser executado”. Ou seja, a condução econômica consiste na correta utilização dos mecanismos do veículo, direção, aceleração, frenagem e transmissão para lidar com as situações que surgem ao longo da rota como subidas, descidas, curvas, retas, paradas e arrancadas.

Desta forma, você é capaz de otimizar a eficiência energética do veículo, reduzindo o consumo de combustível, desgaste mecânico e aumentando a segurança durante a rota.

O primeiro passo na direção do modo de direção econômica é o treinamento dos seus motoristas.

Depois de treinar a sua equipe, passar para ela as técnicas de direção econômica, melhores práticas e dicas, é preciso que você assegure que tudo está sendo devidamente aplicado.

Caso contrário, você irá ensinar os seus motoristas a dirigir para economizar combustível, a deixar o caminhão mais econômico e algumas semanas depois eles terão retornado a todos os hábitos e vícios antigos.

Para esse segundo passo o importante é você utilizar um sistema de telemetria veicular e que, idealmente, esteja associado a um ranking dos motoristas.

O sistema de telemetria veicular irá captar dados de RPM, velocidade, aceleração, frenagem, curva, paradas com motor ligado e muitos outros dados e a partir disso elaborar relatórios de modo de condução do motorista, apontando as infrações cometidas e ranqueando os melhores motoristas para que você possa premiá-los e treinar novamente aqueles que apresentarem necessidade.

Essa é uma excelente forma de colocar em prática a cultura da direção econômica na empresa, os dados da telemetria veicular estão te oferecer transparência e permitir uma avaliação do modo de condução do motorista baseada em fatos e dados. Assim, a sua avaliação de desempenho será justa, precisa e efetiva.

5. NÃO COMPREENDER A COMPOSIÇÃO DOS SEUS CUSTOS

Para saber precisamente como está a situação da sua frota, a lucratividade das suas rotas, quanto custa uma viagem é preciso que você tenha alguns indicadores (KPIs) que te orientem. Os dois principais KPIs nesse sentido são o custo por km e também o custo por entrega.

É fundamental que todo gestor de frotas saiba perfeitamente como é composto o seu custo operacional para que ele possa focar na redução dos principais itens.

Sabemos, pelo princípio de Pareto que 80% dos custos são relacionados a 20% dos itens que compõe o seu custo operacional. Por isso, para obter resultados assertivos é fundamental que o gestor de frotas foque o seus esforços onde interessa, ou seja, nos 20% dos itens que representam 80% dos custos.

No caso da gestão de frotas sabemos que esses itens são, folha de pagamento, manutenção, pneus e combustível.

Como reduzir esse desperdício: Para realizar um cálculo adequado é preciso ter todas as informações de itens de custo e valores relacionados a cada veículo, bem como a quilometragem que cada um deles percorreu.

Nesse sentido os sistemas de gestão de frotas e rastreamento veicular podem ser bastante úteis, pois permitem todo o registro e geração de relatórios das despesas da frota bem como o armazenamento da informação de quilometragem percorrida.

DICA EXTRA – CRIE UMA TORRE DE CONTROLE LOGÍSTICO

A Torre de Gestão Logística é uma solução de ponta a ponta da cadeia logística. Ela é uma plataforma central que captura e interconecta dados internos da empresa, seus fornecedores e clientes, organizados através de indicadores em tempo real para criar uma visibilidade completa que permita a rápida tomada de decisão. Desta forma, o gestor da cadeia de suprimentos possui uma visão holística de todos os elementos interconectados, com informações em tempo real que mostram os eventos que estão ocorrendo na cadeia de suprimentos e os seus possíveis impactos na performance logística com o objetivo de identificar desvios e impactos na operação.

Ao informar em tempo real os principais KPIs associados a operação da empresa e alertas sobre eventos inesperados, a Torre de Gestão Logística permite que ações para soluções dos problemas sejam tomadas de maneira mais ágil com indicação de quem é o responsável pela ação e em quanto tempo ela deve ser realizada.

A torre não é usada somente para dar visibilidade ao processo mas também para a previsão de cenários com base em possíveis eventos fora do planejamento.

A gestão de frotas pode ser muito mais simples!

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