O mercado competitivo e os altos custos logísticos fazem com que os gestores de frota estejam sempre buscando reduzir consumo de combustível e custos de manutenção.
Muitas vezes o gestor pensa em chegar a esses resultados aumentando a quantidade de serviços com o veículo, cortando manutenções preventivas, renegociando com preços com fornecedores e outras estratégias mais tradicionais.
Entretanto, algo geralmente passa desapercebido. O custo dos maus hábitos de direção do motorista.
O modo de condução do motorista está diretamente ligado aos principais custos da gestão de frotas: combustível, pneus, manutenção e depreciação. Esses maus hábitos não apenas elevam os custos como também reduzem o índice de multas e acidentes. Por isso, gerenciar o risco do modo de condução dos motoristas, não é apenas uma forma de segurança, mas de garantir também baixos custos operacionais.
O escore de risco do motorista é uma excelente forma de realizar uma avaliação tanto da probabilidade de envolvimento em um acidente como dos hábitos de condução que estão provocando custos elevados.
POR QUE A SEGURANÇA É IMPORTANTE?
O maior ativo de qualquer empresa são as pessoas e talentos que a compõe. A cultura, vantagens competitivas e a capacidade de desenvolver o negócio, avançando e evoluindo começam e terminam com pessoas.
Porém, vivemos em um cenário em que acidentes veiculares ainda são grandes responsáveis por mortes no mundo e em nosso país.
Muitos desses acidentes por sua vez estão relacionados ao modo de condução do motorista; por isso, é fundamental que as empresas de transporte adotem políticas de segurança para os seus funcionários. Um programa de política de segurança contribui para:
- Salvar vidas e reduzir o risco de acidentes graves;
- Proteger os colaboradores e ativos da organização;
- Proteger a organização contra processos de acidente de trabalho;
- Melhorar a relação entre motorista e ferramentas de trabalho trazendo maior satisfação para o time;
OS CUSTOS DE UM ACIDENTE
O custo de um acidente não é apenas financeiro, mas também social. De acordo com estudos 18 meses após um acidente 30% dos pacientes envolvidos apresentavam desordens psiquiátricas, tendo dificuldade para superar o trauma vivido.
Segundo relatório do Ipea, o Brasil perde cerca de R$ 50 bilhões de reais por ano com acidentes, em acidentes que provocam cerca de 45 mil fatalidades.
Em média um acidente com automóvel sem vítima tem um custo material de R$ 6.965,90 e com fatalidade R$ 18.580,31. No caso de caminhões esses custos sobem para R$ 18.805,75 e R$ 41.718,38, respectivamente.
Fonte: Custos dos acidentes de trânsito no Brasil: estimativa simplificada com base na atualização das pesquisas do IPEA sobre custos de acidentes nos aglomerados urbanos e rodovias.
Além desses custos diretos com o acidente a empresa ainda pode ter que arcar com alguns custos indiretos como:
- Remarcação de serviços
- Indisponibilidade do veículo
- Contratação e treinamento de novo colaborador, mesmo que temporário
- Custos administrativos de organização do processo do acidente
COMO A TELEMETRIA VEICULAR PODE AUMENTAR A SEGURANÇA NA FROTA
A telemetria veicular é uma grande ferramenta de auxílio na melhoria da segurança da frota.
Com alertas e dados em tempo real sobre o modo de condução do motorista, informações acionáveis que permitem ao gestor avaliar comportamentos de risco, antecipar situações de perigo, a telemetria contribui para o ganho de segurança em frotas de todos os portes.
DRIVER COACHING
A telemetria veicular pode ser usada para a aquisição de dados sobre o modo de condução de motorista, disponibilizados para o gestor em formato de relatórios. Dados como RPM, temperatura do motor, excessos de velocidade, aceleração, curva, frenagem brusca, compõe esse relatório que mostra ao gestor exatamente como cada um dos seus motoristas está conduzindo o veículo no dia a dia. É uma espécie de Raio-X do modo de condução do motorista.
A partir desses dados coletados o gestor de frotas saberá exatamente quais são os maus hábitos e comportamentos de risco de cada um dos seus motoristas, podendo apresentar as informações precisas e indicar pontos de melhoria no modo de condução, atuando como treinador.
Os equipamentos de telemetria podem também gerar alertas sonoros em tempo real para o motorista, para alertá-lo imediatamente sobre algum comportamento de risco, para que ele corrija aquela situação logo.
ESCORE DE RISCO DO MOTORISTA
O escore de risco do motorista é um dos relatórios que as ferramentas de telemetria oferecem e que podem ser utilizados pelos gestores de frota para a avaliação de performance do seu time, indicando o risco de acidente que o comportamento daquele motorista representa.
Esse relatório é mais focado em comportamentos agressivos do motorista que podem provocar acidentes. O escore de risco do motorista não contabiliza, a priori, distrações como uso de celular, olhar para o lado ou fadiga, apesar de que esses também são comportamentos de risco.
A direção agressiva pode surgir de diversas formas. Seja porque o motorista não estava atento e acelerou demais para acompanhar o movimento da faixa ou por que ele estava distraído e não viu o veículo da frente parado, tendo que frear bruscamente para evitar uma colisão. As distrações acabam levando a comportamentos agressivos.
Por outro lado, algumas condições de trânsito podem gerar estresse e frustração no motorista. E nesses casos, podem levar a uma direção agressiva.
COMO FUNCIONA O RELATÓRIO DE ESCORE DE RISCO
As ferramentas de telemetria usam uma série de cálculos e dados captados acerca do modo de condução do motorista e os dados são normalizados para levar em consideração as distâncias percorridas e tempo em estrada de cada motorista.
Assim, a medição fica proporcionalizada com a distância e tempo, de modo que o motorista que mais viajou não seja penalizado, uma vez que, é completamente normal que um motorista que viaje duas ou três vezes mais do que outro tenha mais eventos de risco associados a ele.
- Contagem de eventos: um método básico de avaliação do escore de motorista é através da contagem de eventos associados a ele em relação a distância total que ele percorreu.
Suponha que foram identificados 5 eventos de excesso de velocidade, dois de aceleração brusca e dois de frenagem brusca em uma viagem de 150km.
O Escore do motorista será: Escore = 100 – ((5+2+2)/150)*100 = 94
- Percentual de violação: esse segundo método está relacionado ao tempo em que o motorista permaneceu violando uma regra de segurança, em relação ao tempo total em viagem. Você pode também adicionar pesos aos eventos de acordo com o grau de severidade e risco que ele representa.
Suponha que um motorista rodou 100km e ficou 10km acima da velocidade. O peso atribuído ao excesso de velocidade é 3.
Escore = 100 – (10/100)*3*100% = 70%
É importante ter cuidado nesse caso ao atribuir pesos aos diferentes eventos para que o escore final não ultrapasse 100%.
- Híbrido: o modelo híbrido busca uma combinação entre os métodos de contagem de eventos e o método de percentual de violação, onde geralmente é atribuído um peso de 30% ao método de contagem de eventos e um peso de 70% ao método do percentual de violação.
No exemplo acima seria: Escore = 94*0,3 + 70*0,7 = 77,2
BENEFÍCIOS DO USO DO ESCORE DE RISO DO MOTORISTA
O relatório de escore de risco do motorista procura maximizar a segurança da operação e identificar os motoristas que representam o maior risco de acidentes em uma frota.
Esse relatório é um complemento a outros relatórios de frota e deve estar presenta na política de gestão de riscos e segurança da frota.
Os principais benefícios de se usar essa ferramenta são:
- Aumentar a segurança da operação e dos motoristas
- Identificar motoristas que representam maior risco para frota
- Identificar os melhores motoristas
- Reduzir acidentes e multas
- Fortalecer a política de riscos e segurança da empresa
- Reduzir custos de manutenção do veículo
- Reduzir indisponibilidade do veículo
CONCLUSÃO
Segurança é uma parte essencial da gestão de frotas e ter uma gestão focada em controle de riscos traz grandes benefícios sociais, financeiros e de saúde para todos os envolvidos na operação da empresa.
Os custos sociais e financeiros, diretos e indiretos, de um acidente são completamente evitáveis e ferramentas como a telemetria veicular junto com os relatórios de modo de condução do motorista, escore de risco e driver coaching são fundamentais para implementar uma cultura de condução segura e econômica.